segunda-feira, 29 de junho de 2009

Desejos, necessidades e coisas afins...

Os dias passam. Tantas coisas a fazer (ou não), tanto com o que se ocupar (ou não) e, no entanto, o ser humano, ainda que não queira fazer coisa alguma, acaba fazendo. Como eu monologuei anteriormente no post sobre existência humana, os humanos (quero evitar de falar "o homem" como uma forma de generalizar homens e mulheres, porque sinto isso uma impropriedade de nossa língua não podermos dizer "a mulher" generalizando igualmente homens e mulheres, embora eu reconheça que se eu dissesse "a mulher" generalizando, isso ficaria suficientemente estranho, dado o conteúdo histórico cultural de nossos vocábulos), querendo ou não, estão constantemente agindo, seja no plano concreto, seja no plano abstrato. Até mesmo quando estamos parados, nosso organismo continua trabalhando para sua (e consequentemente nossa) própria manutenção.

O que quero dizer com mais esse blá blá blá pseudofilosófico??? Bom, ainda estou tentanto pensar... não sei ao certo, mas gostaria que fosse algo sobre a motivação, sendo esta a força, o elemento ou o que quer que seja que energiza nossos atos, mobiliza nossas forças, direciona nosso ser.

A própria natureza biológica física química do ser humano nos leva a procurar instintivamente por recursos que mantenham nossa existência, nossas estruturas. Embora, a complexidade dos humanos faz com que além das forças internas fisiológicas, existam também os conteúdos subjetivos que acabam se tornando coagentes na atividade fisiológica. Conexões se estabelem entre conteúdos de estímulos e respostas orgânicas e psicológicas, que acabam se expressando exteriormente para o meio social. Por exemplo (um exemplo bem tosco e imperfeito, claro, mas no momento é o que eu consegui pensar), eu estudo porque quero ter uma profissão que preencha meus anseios de vida, através da qual eu possa ser útil para a sociedade e possa também me sentir feliz por vir a ser aquilo que eu posso e quero ser. Que lindo *-*!!!³°°. Sinceramente, eu quero poder contribuir para uma sociedade justa e solidária. Todavia, agora deixa eu ser um pouco mais direto, pondo de lado os meus devaneios existenciais. Além do que eu acabei de dizer, eu estudo porque quero ter qualificação para conseguir vencer no mercado de trabalho e ter um emprego que renda segurança e comodidade para mim e para minha família, boa comida e uma boa cama para dormir sem problemas nas costas. Quero poder comprar sem grandes dificuldades alguns mimos quando aquela vontade infantil bater... sei lá... um video game... milk shake... T.T

Ahhh... são tantos desejos que passam pela cabeça, tão grandiosos e transcendentes, ao lado de desejos materiais de consumo e mesmo de sobrevivência e tal...

O psicólogo Abrahan Maslow, como um grande representante da abordagem psicológica humanista, acredita que o ser humano vive em busca de sua auto realização, ou seja, do desenvolvimento de todas as potencialidades que existem em si. Maslow idealizou uma hierarquia de necessidades segundo a qual os humanos devem satisfazer primeiro as necessidades mais básicas, as necessidades de deficiência, que correspondem às necessidades fisiológicas, de segurança, de pertencimento e de auto estima. Após estas, viriam as necessidades de crescimento, sendo compreendidas pelas aquisições intelectuais, apreciação e estética e, finalmente, auto realização.
Maslow acreditava que os humanos só poderiam se sentir motivados a buscar as necessidades de crescimento se as de deficiência fosse supridas, e que, ainda que se pudesse preencher as primeiras, mais concretas, as maiores e mais importantes seriam como que inalcançáveis pois que até mesmo transcendentes e por isso mais importantes e complexas, até porque quem seria capaz de alcançar o limite da inteligência??? Onde isso??? comofas/
Muito interessante a teoria de Maslow, entretanto, deixem eu cair aqui no sempre criticado ponto da teoria. Acontece que nem todas as pessoas necessitam necessariamente suprir as necessidades de baixo para buscas as de cima (embora, esse seja o caminho mais fácil... hauehuahueh). Muitas pessoas passaram a desgraça e ainda assim viveram a vida de maneira abstratamente observável, pautadas em um sentimento de respeito e amor pela humanidade. No meio científico, o exemplo de alguém que foi capaz de superar desgraças inumeráveis e ainda assim buscar uma compreensão acima do contexto vivenciado, foi Viktor Frankl, criador da Logoterapia (recomendo leituras dele... apesar de eu só ter lido "Em Busca de Sentido" até o momento... hauehuahueh... mas é muito bom).

Tá... deixa eu passar essa parte da discussão para trás logo.

Então, diversas necessidades se fazem dentro de nós... estamos sendo bombardeados constantemente por estímulos que vibram nossos sentidos (discurso ficando mais fisiológico... sinto cheiro de psicanálise no ar... hauheuahe... desculpem a bagunça com as teorias psicológicas... xD). Ok... Nosso ser necessita manter o equilíbrio de si em meio a tantos acontecimento. É imperioso encontrar formas de se diminuir a tensão a que somos submetidos, e nosso aparelho psíquico vai fazer o que for possível para isso. Mas nem sempre é possível de se livrar da tensão, exigindo-se recursos para lidar com os influxos constantes. O ego vem para ajudar o id, regulando a passagem de estímulos, descarregando aqui e ali e tal. Muito legal. Mas ainda assim não é o suficiente (ô vida difícil)... pois nós não podemos só querer relaxar e aproveitar as coisas boas da vida. Temos que aprender a lidar com as reais impossibilidades de nos satisfazermos, aprendendo a postergar nosso prazer por conta da vida real fora do útero materno, seja lá o verdadeiro ou o metafórico onde as pessoas se escondem em uma estagnada zona de conforto tosca que um dia se acabará (nããããão... joga mais praga logo... hauheuaehu). O aparelho psíquico deve aprender a dar um tempo em sua regra normal, o princípio do prazer, e a deve aprender a viver de acordo com as possibilidades, o princípio da realidade, ou mais ou menos isso (perdoem-me a forma tosca de explicar... mas o post está ficando enorme). O maior exemplo de que devemos aprender a lidar com regras e normas se dá com o desenvolvimento do superego que representa a internalização das regras sociais. Corto por aqui porque já estou ficando cansado hoje...

Poise bem, escrevi tudo isso apenas porque eu senti vontade hoje de tomar milk shake quando estava voltando para casa, mas isso era algo muito improvável de ocorrer dadas as condições: já estava tarde, eu estava dentro do ônibus, eu não tinha dinheiro e mesmo, tem comida em casa, então eu satisfaria minha fome quando eu chegasse. Massss... quando eu estiver trabalhando, tiver dinheiro e tempo sobrando e, principalmente, bater aquela vontade triste e lamentosa (q/ que palavra é essa???) eu vou poder comprar aquilo que eu quiser, claro, com termo, pois não posso sair por aí dissipando à toa, não é???

/boanoitehojejahdeuessepostehmuitochatoodieifazer

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