quarta-feira, 15 de julho de 2009

O foco de cada um

Quem de fato se importa???

Em verdade, é bastante improvável que alguém se importe tanto com algo do que o próprio sujeito em relação a seu objeto.

As experiências são próprias. Quando compartilhadas, cada qual absorve informações e responde a elas de maneira própria. Está-se em jogo também as disposições únicas da pessoa, suas imposições, honras e vergonhas.

Quem se importa???

Gostaria de poder me importar com tudo para que nada saísse ao controle. Controle , de fato, inexistente por parte de um, uma vez que individualmente as pessoas aprendem a exercer seu autocontrole. Um controle de possibilidades variáveis e não manipuláveis apesar de um determinado controle individual mas não geral. Uma autonomia para cada um. Isso mesmo.

Quem se importa???

Não é por maldade. O sentido do conteúdo que faz as pessoas vibrarem são tantos, incontáveis. Seria uma insensatez querer deles se apoderar se eles não forem objeto da também inclinação das pessoas de deles apoderarem-se, contanto que haja uma complementaridade de interesses, do contrário haverá uma concorrência negativa e possivelmente viciosa. Deve haver uma sintonia de interesses para que a consideração entre as pessoas possa seguir em uma mesma direção e mais ainda em sentido.

Quem se importa???

Alguns lados, objetos, assuntos, pessoas ou o que quer que sejam parecem ficar perdidos, abandonados a si próprios, por não serem objetos de interesses de quem esteja em evidência. Realmente, se não estiverem no foco dos sujeitos do contexto, assumir-se-á que de fato estão deslocados. Mas, e em outros contextos? Quem sabe? Nunca ninguém ou nada está de fato entregue a si. Tudo desempenha o seu papel na realidade.

Cada um tem seus interesses e suas ações. Cada elemento das relações desempenhou, desempenha ou desempenhará uma importante função.

Quem se importa???

Certamente alguém se importa, ainda que não esteja em evidência.

Superemo-nos a nós mesmos, sabendo que, de todo, não estamos somente entregues a nós mesmos. Os focos não são inúteis. O sentido de cada um levará a algum lugar. Nada se perde, tudo se transforma.

A importância que você dá, se autêntica, profunda, ativa e abnegada, faz alguma diferença. Dê importância a si mesmo e saberá dar importância ao mundo. Do contrário, possivelmente estar-se-á desenvolvendo alguma relação perniciosa. E não é isso que se quer.

Alguém da importância.

Alguém se importa.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

O que há com as pessoas?

Em verdade, em verdade eu digo que ainda que tente fazer algo por quem quer que seja, meus esforços são insuficientes.

Falta-me iniciativa e instrução. Talvez não deva cobrar tanto de minha pessoa, mas não acho que minhas responsabilidades de momento são pequenas diante da potencialidade de minhas ações que poderia ser posta em desenvolvimento.

Eu gosto de andar, por isso vez ou outra eu volto andando para casa.

Hoje, fui interpelado por um senhor na rua. Ele estava precisando de ajuda e começou a contar o que lhe havia acontecido. Não consegui entender muita coisa, mas ao que parece ele estava com a consciência confusa, haviam o expulsado do hospital onde estava internado, ele não lembrava de possíveis contatos com familiares, nem endereços ou coisa parecida, além de que ele não é de Macapá. No seu relato havia também uma mescla de crenças religiosas e místicas. Eu perguntei se ele já havia se alimentado, pois eu iria me dispor a comprar algo para ele. Ele já havia comido algo antes, então eu resolvi acompanhá-lo até o hospital. Deixei-o lá, mas não falei com pessoa alguma para solicitar assistência, pois eu nem mesmo sabia quem poderia ajudar e nem tive coragem de perguntar.

Que droga de ajuda foi essa a minha? Sinceramente, eu não sabia exatamente o que eu poderia fazer. Pensei em ligar para algumas pessoas, mas eu realmente não sabia o que fazer. Avisei-o que precisava voltar para casa e fui embora.

No caminho de casa, vi um homem e uma mulher discutindo na saída de uma bar. Ele estava forçando-a a voltar à casa. Apesar de tentar manter um tom de voz baixo e parecer "amigável", ele a puxava e arrastava, enquanto ela ofegava dizendo e pedindo para que ela voltasse à casa de sua mãe. Parei por um momento e retirei o celular do bolso. Iria ligar para a polícia se a situação se agravasse. Fiquei por um momento lá vendo aquele desagradável puxa-empurra e fui-me embora.

Será que eu deveria ter ligado para a polícia? Não sei. Havia também algumas pessoas que pararam para observar aquela briga. Algumas mulheres gritavam contra o homem e depois foram embora. Certamente os transeuntes também estavam um tanto perplexos, sem saber como agir.

É uma característica de nós macapaenses essa acomodação que nos leva a dúvida sobre o que fazer diante de circunstâncias desagradáveis ou delicadas. Durante minha caminhada de volta para casa, comecei a pensar em como eu poderia auxiliar as pessoas se eu desenvolvesse algum projeto ou sei lá o que. Eu gostaria de poder ajudar as pessoas que sofrem. Eu sempre penso, de maneira até um pouco infantil, que ninguém deveria ser submetido a qualquer tipo de sofrimento motivado por outra pessoa.

As relações humanas são tão estranhas, cheias de viciações, baixas paixões, negligências e intolerâncias.

Sinto a necessidade de mudanças e de conscientização na sociedade, bem como do incentivo pelo esforço mútuo e recíproco das pessoas para consigo mesmas e para com o próximo. Ainda falta muito para a humanidade. Muitos ainda sofrem e sofrerão por conta da ignorância.

As coisas são tão estranhas...

Devo delinear os caminhos de minhas ações, despertar minha força e fazer algo mais do que eu já timidamente tento fazer.

Temos força, mas parece que gostamos de afetar nossa consciência de modo a abandonarmo-nos a nós mesmos. Precisamos nos encontrar a si mesmos e superar nossas condições.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Retorno às Origens

Ainda que se desvie completamente de um curso natural, retorna-se a ele sempre que necessário se faça tal ocorrência.

Para cada espécie de ser existente, cada indivíduo deve passar por determinada fase de um convencionado início e fim, o que, em si, depende mais da perspectiva de quem considera tal existência. Isso porque a matéria organizada na formação dos corpos veio de algum lugar. Diga-se de passagem, veio da terra e à terra voltará. De fato, não acredito ser errado afirmar tal coisa.

É de ordem natural que as coisas evoluam. É também um tanto estranho que elas evoluam possam evoluir, às vezes, para aquilo que parece não natural, pois que único, e por isso como que à parte da existência em relação às outras coisas naturais. Refiro-me a nós, humanos, uma vez que podemos construir nossa história como nenhum outro ser conhecido materialmente na terra. Realmente, em certas discussões se é errado aceitar o termo "natural", como quando se quer determinar que um problema social é natural, por exemplo. Talvez seja natural que, dadas as condições de nossas sociedades, alguns passem por vivências degradantes e precárias, mas não é natural que se permaneça nelas. É mesmo difícil conceber que tal possibilidade de fatos possa ser tida como natural quando se tem a cabeça cheia de caraminholas de que a paz mundial e a concórdia são o alvo maior, e que a igualdade entre os homens deve ser buscada à força... algo como as lutas e discursos pseudorrevolucionários... e só para mostrar uma coisa, o termo revolução indica uma volta completa, um retorno à uma determinada origem.

Realmente, o retorno às origens parece ser algo que sempre nos acomete. Mas não significa que devemos sempre retornar, como que em um retrocesso. Pode ser apenas uma revisitação de espaços, memórias, atos ou sei lá. Uma forma de relembrar quem somos, para onde vamos e o que devemos fazer (ou mesmo só para tentar desfazer alguns mal costumes, pois normalmente não sabemos exatamente as respostas para tais questionamentos).

Em vários pontos do crescimento da história de uma espécie, de uma sociedade, de um indivíduo enquanto representante de sua espécie ou pessoa que se percebe como "uma" pessoa com pensamentos, modos de agir e outras características próprias, mostra-se impraticável um retorno a um ponto inicial como que para uma reconstrução desde o início. Seria algo como "junta tudo e joga fora". Não há como. Mas traços de nossa existência guardam traços de nossas origens. Se soubermos ler os próprios sinais que guardamos, podemos aprender a orientar nossos passos sem que caiamos nos mesmo erros (o que pode demorar bastante, basta perceber quantas vezes erramos em coisas bestas várias vezes).

Por isso, uma hora ou outra, voltaremos a fazer algo que a muito não fazíamos, falaremos com pessoas com que há muito não falávamos, releremos livros que foram deixados pela metade, e por aí vai.

Às vezes necessário é que se pare um pouco para refletir sobre o que fizemos de nossa própria existência, já que somos nós que fazemos algo. Assim, olhamos para trás e vemos quanto já realizamos ou deixamos de realizar, e outras coisas as quais já estou com pesseguiça (mistura de pêssego com priguiça) de relatar, olhamos para nosso atual estado, avaliando como nos encontramos no momento, e olhamos para frente, com o intuito de projetar novos passos. E assim, acredito que damos continuidade a nosso crescimento.

FIM!!! Já estava ficando cansado... ¬¬

/acessarpelamanhamachoporqueainternetestahumhorror