sábado, 6 de junho de 2009

Big Sapo


Ontem, quando cheguei em casa, minha mãe disse "olha, o Big Sapo. Tão fofo". Eu fui ver. E não é que era um Big Sapo!!! Pena que a luz estava fraca. Pelo menos da para perceber o bichinho na foto.

Os sapos são criaturinhas normalmente tidas como repulsivas. Eu gosto de ver os sapos que vêm aqui em casa em tempos de chuva. Não significa que eu estaria disposto a pega-los. Possivelmente, bloqueios internos de valores adquiridos são o que me impede de ter a audácia de interagir diretamente com tais seres. No entanto, tenho respeito pelos animaizinhos, principalmente quando eles são maiores, como o BIG Sapo.

Não gosto de matar aranhas enormes, não gosto mais de judiar gatos (apesar de eu não ser fã desses bichos desgraçados), não gosto de ver cachorros estropiados pela rua, e por aí vai.

Todos os outros animais, e não só eles mas também os outros seres da existência terrena, tais como vegetais, protozoários e bactérias compartilham conosco algo de interessante. Eles são seres vivos que de alguma forma agem no mundo e constituem o conteúdo da existência, ainda que não tenham noção disso.

É estranho que, tomando-se uma visão reducionista racional biológico mecanicista dos outros seres, poderíamos compreende-los como construtos orgânicos, pequenos robozinhos de carbono e outros elementos, e mesmo nós, seres humanos; agrupamentos físicoquimicobiológicos que captam estímulos do mundo e reagem de acordo com as leis que regem suas constituições, alguns de maneira simples, outros de maneira mais complexa.

Acontece que, ainda que fossem todos os seres apenas autômatos do acaso, parece-me muito injusto que nós, em nossa pretensa crença de que somos seres racionais e conscientes disso achemos que temos o direito de desorganizar, desestabilizar, deteriorar, absorver, drenar e exaurir a fonte de existência dos outros seres.

Não é agradável ver o sofrimento de outra pessoa (embora existam alguns desajustados voluntários que se deleitam com tanto). E o que faz o sofrimento de um animal ser manos importante do que o de um humano???

Embora talvez os animais não humanos, vegetais e outras formas de vida não formulem pensamentos e, não sei, emoções, eles reagem ao perigo, ao dano, ao derradeiro cortar do último fio. É triste ver um organismo que deixa de funcionar sem que seu ciclo normal tenha se completado como deveria, embora seja mesmo difícil demarcar os limites de tal ciclo.

Talvez seja um problema tentar dar significados complexos demais à dinâmica do mundo, dada a inabilidade humana em compreender tal movimentação, uma vez que não somos oniscientes e , portanto, não temos condições de conhecer completamente as relações existentes entre as coisas da vida e a vida das coisas.

No entanto, essa simpatia pela existência e a potencialidade de cada um, esse respeito, esse algo que nos mantém unidos uns aos outros, além dessa capacidade individual de ação para com o outro e para consigo mesmo deveriam ser alimentados em nossos corações e mentes para que a existência em si seja valorizada, ainda que não possamos adentrar ainda alguns de seus segredos.

Respeito à vida

...

Mas não nego que se der um ataque de infestação doida de formigas em casa, como sempre dá, mato-as sem dó nem piedade. Odeio formigas... ¬¬

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