terça-feira, 25 de maio de 2010

Viver


Viver com emoção.

Não há limites.

Não para os que sonham.

Podemos fluir como água.

Suportar como a terra.

Arder como o fogo.

Voar como o ar.

Ocultar como a sombra.

Brilhar como a luz.

Não importa.

Basta encontrar a emoção de cada momento e buscá-la na beleza do movimento.

xD

A foto: o nosso mestre das danças, Agesandro Rêgo, voando.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

O dia das corridas

Que coisa mais estranhamente chamativa do que poder destruir e reconstruir?

Tanta energia que se gasta com tudo isso, mas me parece algo tão aterradoramente produtivo. Estranho, de fato.

Quero aproximar-me, mas mantendo distância.

Quero ferir, com a ressalva da posterior cura.

Quero controlar, sem ter, entretanto, qualquer responsabilidade incômoda.

Mas não é possível.

Talvez em espontaneidade e busca por bom senso resida muito do que seja necessário.

Sei lá... nem sei o que tudo isso está realmente significando.

Talvez, não me caiba um ponto fixo. É, não me cabe.

Em vez de um ponto que me fixe, quero um ponto de referência. Isso. Uma referência.

Dela partirá meus esforços pequenos de poder. Não o poder sobre os outros. Não o poder sobre coisa alguma. Apenas a possibilidade de operar na realidade. Apenas a possibilidade de cumprir com a necessidade do momento, tanto para o ambiente, quanto para mim.

Em verdade, é necessário dormir. Isso sim.

Deixar ao pobre corpo a graça do descanso. Enquanto isso, ah, preciso ser ajuizado. Quanto cuidado tenho que ter comigo.

Sou míope e não vejo. É bom que não veja. Sou demais imaturo para lidar com o conhecimento.

Por isso é tão bom que sempre que eu aprenda algo incrivelmente interessante eu tenha o bom grado de querer compartilhar. Não se pode ser alegre sozinho. Às vezes é possível rir-se consigo mesmo. Mas não se pode substituir a presença humana.

Não quero com isso tirar o mérito dos nossos amigos animais e vegetais. Eles terão seu tempo de honra e desgraça tanto quanto nós, pois a verdadeira glória aí reside. Quantas vezes já me repeti em termos e em assuntos?

Pois bem, nesta longa caminhada tudo está por um bom motivo. Agora, qual o significado, o valor que se atribui a tudo isso? Pois é, cabe a cada um pensara respeito, refletir e tentar agir produtivamente para si e para os outros. O bem estar próprio e o geral devem se articular em prol do bem estar geral-mais-que-geral.

Ah...

Algo assim.

sábado, 22 de maio de 2010

Fazer a bainha da calça

Antes eu achava algo estiloso andar com calças maiores do que eu, até por uma questão de adaptação, pois nunca era possível que se comprasse calças exatamente para o meu tamanho, de modo que suas bainhas ficavam emboladas próximo aos pés e com o tempo até admiti que elas ficassem um pouco destruídas por esbarrarem no chão.

Mas esses tempos estão passando, e embora eu preferisse roupas largas devido ao possível conforto que elas pudessem oferecer, agora prefiro roupas mais justas ao meu tamanho. Roupas largas, ainda que deixem grande espaço, acabam tolhendo a movimentação. Eu já sabia disso antes, quando ainda fazia Tae Kwon Do, mas percebi mais ainda o incômodo causado quando comecei a fazer dança.

Por um bom tempo também fugi de remédios, de tratamentos médicos ou terapêuticos, de corte de cabelo (principalmente da hora da navalha... rs) e outros procedimentos. Eu pensava que o uso de métodos que aos poucos se distanciassem da naturalidade da forma como as coisas evoluem fosse algo desnecessário. Pura ignorância. Mesmo porque essa dita naturalidade em que eu acreditava era na verdade uma espécie de isolacionismo. Eu imaginava que fosse possível superar qualquer problema sozinho. Além disso. Percebo que eu tinha (e ainda tenho) medo daquilo que pudesse me expor, revelar minhas fraquezas.

Eu pensava que se eu adquirisse alguma enfermidade, alguma lesão, algum problema, eu deveria encontrar uma forma de solucioná-lo, digamos, autonomicamente, ou esperar para que o tempo o solucionasse. Acontece que o tempo não resolve todos os problemas, pois há aqueles para os quais não se pode permancer na passividade.

Outra questão é que eu não conseguia ver o fato de que eu necessariamente bebia da fonte das pessoas ao meu redor para superar uma determinada condição negativa.

O fato é, eu sentia como se a bainha esbarrando no chão, a dor, a insegurança, o medo e outras coisas eram minhas e somente minhas, e por isso eu era por elas responsável e mesmo deveria ter certa afinidade em tê-las, deveria rir delas, deveria portá-las e mostrá-las como um troféu de minhas grandes capacidades (não sei de quê).

Hoje percebo os meus equívocos. Não tenho necessidade de ter meu caminhar dificultado por causa das bainhas das minhas calças, não preciso amargar uma dor física se posso recorrer a algum remédio providencial e não preciso me deliciar sadicamente contra meu próprio ser, não preciso me punir por minhas desgraças para forçar o mundo a se mover em piedade por mim. Não. Posso retirar esses empecilhos, esses acessórios descartáveis, esses pesos extras.

Há ainda tanto a aprender. A realidade é assustadora. Mas ela só o é porque nos é desconhecida. Se não nos abrirmos ás possibilidades que vêm nos ajudar por medo das armadilhas, então não saíremos do lugar por um longo tempo e teremos perdido oportunidades que teriam nos levado de um ponto a outro bem rapidamente e sem grandes encargos.

Fechar-se em si também é assustador, pois não nos conhecemos a ponto de sabermos admitir quem realmente somos. Escondemo-nos sob nossas doenças, nossas mágoas, nossas bainhas arrastadas no chão.

Mas eis que novos passos devem ser dados. E sem nada para dificultá-los.

Hummmm...

Acho que é isso por enquanto.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Dente de Leão


Aparentemente, cheguei a um ponto em que cansei de muitas travas que eu impunha a mim mesmo.

Cansei... Eis que agora quero voar... na verdade, voar é preciso, bem como navegar, caminhar, escavar, descobrir, destruir, aniquilar, recriar, produzir, mas tudo com uma lucidez característica...

Lucidez... Não sei bem ao certo se é isso mesmo, pois às vezes caio absorto em semi-pensamentos... Não chego a pensar completamente, mas os sons, as imagens, os cheiros, o toques vão passando... vão passando... vão passando...

Lucidez... Tem sido uma palavra recorrente em meus pensamentos, depois que desperto de meus momentos de contemplação.

No entanto, parece que só os gostos ainda não passam tão lentamente... Ainda guardo minha ânsia por devorar o mundo.

Mas agora, tento fazer tudo um pouco mais devagar, para sentir e pensar com mais calma. Tenho que reduzir a frequência com que meus pensamentos vão e vêm.

Mas o que quero mesmo... é voar... voar para longe... sem ninguém para me turbar... quem quiser vir, que venha... de fato... é estranho poder caminhar com o vento...

Vejo o mundo... quero ser livre para vivê-lo... quero ser independente... mas não quero me perder... em verdade, quero poder voltar à minha casa, quero ser eu mesmo... Não quero me perder de mim e cair, e morrer e putrefazer... não... na verdade, não.

Nunca me senti tão feliz por minhas frustrações e duras vitórias. Nunca me senti tão feliz por ser quem eu sou, ainda que isso seja um tanto doloroso. Agora quero exercitar meu egocentrismo novamente. Quero viver para mim. Quero ser a criança que não deixei de ser, mas também quero ser o jovem com algo a oferecer e com boas capacidades...

Admiro quem vive para si, com responsabilidade para si, com compaixão para consigo mesmo.

Quero me admirar de mim mesmo... e quero voar, mesmo que tudo caia em ruínas, pois eu não vou cair... Muitos podem pensar que eu estaria morto, fraco, aleijado, roto... mas não...

Minha fome é grande... como a de um leão... mas agora sinto a necessidade de calma... e, então, apanhar a oportunidade junto à brisa...

Eu quero voar... mas quero ter minha casa para a ela voltar... eu sou minha casa... quero voltar a mim... quero ser eu mesmo, sempre... mas, acima de tudo... quero voar... rs

sexta-feira, 7 de maio de 2010

A Vitória dos Perdedores


Escrevo o nome da rosa...
Ela sempre está distante...
Mas ei-la no papel...

Vistosas são suas pétalas
de cortante graça
pelas quais movi injustas guerras.

Escrevo o nome da rosa...
Ao toque coube o corte.
Carinho por meus ferimentos...

Escrevo o nome da rosa
como se isso tornasse minha vigília
em sua desejada companhia.

Minha realeza nada é...
Muito menos sua beleza.
Ambos, mentiras entre si.

O nome da rosa escreve o que sou.
Por isso serei belo.
E a rosa será princesa.

Um feliz insucesso,
pois o que separa
é o que une.

E a terra pode ser envenenada, bem como o trono pode ser roubado. Tudo são aparências. A essência se ramificou por muitos lados, pode até ter se perdido de si. Ela pode ter se desconhecido de si, mas sempre retorna a si, reconhece a si e ao mundo, e o admitirá aos poucos, transformando-o também.