sexta-feira, 26 de junho de 2009

O pensar e o agir.


Eis que as pessoas adoram pensar desordenadamente, devaneiam loucamente, frustram-se, desgastam-se, debatem-se em conflitos internos e, mesmo assim, parecem não tomar atitudes rumo a um melhoramento pessoal.

Toda desgraça que experienciamos, ainda que investida de alto teor negativo para o momento em que as vivenciamos, possui um grande valor que não deve ser descartado. Realmente, feridas abrem-se em nosso ser, nossos afetos ficam viciados, bem como nossos pensamentos, e nossa disposição permanece afetada. A partir de eventos traumáticos ou bloqueadores podemos vir a desenvolver estratégias de emergência para lidar com nossas angústias. É complicado. Principalmente quando não se tem recursos que nos orientem os próximos passos. O que fazer?

Normalmente busca-se a assistência de familiares ou amigos quando da ocorrência de fatos desagradáveis e angustiantes. A tensão é certa e a pessoa tenta descarregá-la a todo custo. Mas, será que nós já paramos para buscar a assistência de nós mesmos? É bom ter o apoio dos próximos em nossas dificuldades, mas como crescer sobre o problema se não mobilizamos nossas próprias forças para compreender integralmente o que se passa conosco e com o mundo? Não pode ser ajudado quem não faz algo por si próprio, até porque as muletas não são robotizadas para movimentarem o indivíduo. Quem necessita de um determinado instrumento para auxiliar a si próprio aprende (ou pelo menos deveria aprender) a utilizá-lo da melhor forma que possibilite um excelente desempenho apesar das dificuldades. Só que esse aprendizado depende em grande parte da vontade da própria pessoa em conhecer suas limitação, respeitá-las, e conhecer suas potencialidades e desenvolvê-las. Em si, o trabalho maior é consigo mesmo.

Paremos um pouco para refletir sobre nós mesmos. Devemos saber utilizar os recursos a nossa volta, avaliando quais os benefícios e prejuízos de nossas ações. Se queremos que nossa condição seja respeitada devemos também respeitar as condições alheias. Parar-se-á para saber qual a melhor forma de agir? Pedir-se-á a opinião de quem está ao redor (ou receber-se-á sem pedir... oi rs)? Dispor-se-á à ação? Sim, sim, sim...!!! Há muitas coisas a fazer, muitos passos a tomar. As estratégias e recursos são inúmeros. Mas a mobilização de si em direção à ação é a energia primordial para se movimentar a máquina humana, que deve ser menos máquina e mais humana.

Possuímos ao nosso alcance tanto para enfrentar nossos problemas. Enfrentar problemas??? Isso!!! Enfrentar!!! Porque não se pode interagir com algo sem interação. Eis outro ponto importante. Concomitantemente com a ação vem a ocorrer o posicionamento das extremidades da relação. Mas as extremidades não estão isoladas. Há a relação. Tudo permanece relacionado e o teor dessa relação indica como deve ser o compromisso das extremidades entre si. Tem-se o árduo dever de considerar o lado de cá e o lado de lá. Seria tão bom que pudéssemos resolver nossas questões com mais transparência e respeito. Então, nossas feridas latejam e nos fazem agir com violência e repulsa. Racionalmente, por que isso? Se os valores que se construíram na relação são tão importantes, por que desvalorizá-los em prol de nossas lambidas nas feridas profundas? (cara... isso foi nojento... mas é que eu lembrei da figura metafórica do cachorro que lambe as feridas) Devíamos nos envergonhar de destruir a todo momento a beleza da complexidade humana (ai de mim...).

De fato, ainda temos muito a pensar e agir...

/achojahchegahj

Um comentário:

  1. egua... ._. senti como se estivesses falando comigo.
    isso foi muito lindo cara :~~ parece a emoção daquelas pregações de igrejas evangélicas em que a gnt sente que o pastor ta falando com a gente, mas quando na verdade ele só ta falando com todos. u.u

    enfim, uma postagem muito linda *-*
    me inspirei agora :)

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