segunda-feira, 28 de junho de 2010

A Dança de Toda Coisa

Queria poder me lamentar por tanta coisa aqui, mas percebo que não é tão razoável, e embora fique um pouco triste por fazer tal escolha, acredito que a dificuldade em se manter uma desejada estabilidade das decisões e atitudes, bem como a tensão gerada, são necessários.

Deve-se mobilizar cada pequena parte de si com o intuito de alcançar um degrau mais alto. Com rigidez excessiva não se pode movimentar um membro, e com relaxamento em demasia não se pode firmar uma base de sustentação.

Veja-se que não estou lamentando de coisas sobre as quais eu gostaria de poder desesperar-me a respeito, mas em si já me lamento de tal esforço para evitar o desalento.

Com uma triste expectativa aguardo confiantemente por oportunidades de ação. E a possibilidade de ação traz uma alegria que impulsiona. Combinar as partes desse quebra-cabeça é fundamental para se alcançar os objetivos. Uma dialética, uma incessante dança que tende a se aprimorar.

É isto.

Não vejo porquê conceber a possibilidade de retroação. As tentativas um dia mostrarão que há possibilidades mais proficientes. Os erros são também sérios ensaios para um posterior acerto. A forma mostrada por todas as coisas que se relacionam entre si é a prova dos efeitos de uma determinada escolha. Tudo é interdependente e tem importância.

Logo, a tendência é o aprimoramento, embora este seja habitualmente tomado por equívocos que se mostraram aprimoramentos para uma determinada questão até que suas contradições internas os fizeram tombar. Não é algo tão simples de se delimitar.

A evolução não está restrita à percepção humana e acontece mesmo quando estamos inconscientes dela. Agora, se conseguirmos compreender seus sinais, claro que podemos nos beneficiar de uma concordância que faça todos crescerem juntos.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Eu para mim

Tenho percebido coisas importantes sobre mim.

Eu não caibo em mim mesmo de tão egocêntrico que sou. Necessito partilhar com as pessoas a necessidade de gostar de mim, fazendo com que gostem de mim a partir do momento em que gosto delas.

Percebi que não tenho mais tanta paciência com as pessoas. Ou melhor. Não é que não tenha, mas começo a optar por dar mais atenção a meus próprios interesses de forma mais ativa.

Antigamente eu costumava basear meus interesses nos interesses alheios, buscando uma forma de ser alguém para os outros em tentativas impossíveis de ser sempre algo em função dos outros, pois pensava que minha felicidade estava vinculada à felicidade alheia. Provavelmente ainda faça isso às vezes, mas já noto que a minha felicidade é únicae e não cabe a ninguém além de mim.

Percebi que devo aceitar os meus objetivos com reconhecimento de que eles são meus e para mim. Não são coisas que outros possam vivenciar concomitantemente, de modo que posso apenas compartilhar tais experiências com quem se disponha, mas não tenho direitos de impô-los ou de esperar total compreensão.

Não tenho porquê temer o que quero, desde que tal meta não seja algo totalmente fora de questão, prejudicial, insensato, inconseqüente ou de qualquer forma negativo tanto para mim quanto para os outros.

Há, sempre e claro, um necessário ponto de integridade a ser mantido em mim, nos outros e no que há entre nós.

Tenho uma responsabilidade em ser quem sou. Uma responsabilidade com a vida. Eu me ligo voluntariamente às regras que acredito razoáveis. Em contrapartida, a voz de minhas vontades começa a falar com a voz que têm naturalmente e que é a minha, por sinal. Começo a perceber a mim mesmo e o que sou em momentos diferentes.

Entendo que talvez eu esteja bastante rabugento, irritadiço e até incômodo vez ou outra. Isso mostra que ainda tenho que adequar algumas de minhas vontades com a vontade geral de forma a não gerar tensão desnecessária. Mas não devo mais me fazer calar tão tolamente abnegado. Se me calo em alguns momentos, é simplesmente para evitar um descontrole desnecessário.

Em si, não sei onde quero chegar com isso.

Vejo o mundo com meus olhos. Minha visão é evidentemente diferente, não que os outros tenham visões iguais, mas parece que a forma como apreendo a realidade é sensivelmente peculiar e, portanto, meio isolada, meio desolada.

Ao que parece, ainda me falta muito exercício de ser quem sou cada vez mais, para que não precise me sentir mais tão culpado de ser quem sou, justamente porque a minha beleza consiste em minha autenticidade voluntariamente distorcida.

Não tenho que reduzir a atenção que dou aos outros. tenho é que dar mais atenção a mim mesmo para poder sintetizar de forma mais aceitável as minhas expectativas e as dos outros.

E isso tudo é apenas devido a minha grande ira por não poder ter o que quero. Quero ter a mim mesmo, mas não se pode ter o que se é. E mesmo se eu pudesse, eu teria ódio, pois não suporto o que sou quando me reconheço. Ou talvez a questão toda esteja aí.

Sim. Eis a questão.

Meu sentimento-de-si. Uma questão para quem se compraz por entender o mundo de forma integrada, mesmo sem conseguir agir como tal, já que relega a satisfação de seu autoconceito a coisas externas. E não deve ser assim de forma tão restrita.

A resposta está em mim mesmo. Devo disponibilizá-la para mim. E o incrível é que alguns já me acolheram antes mesmo que eu ter me acolhido por mim mesmo. Joguei-me contra as rochas de forma tão patética. Ha!

Apenas um problema de mim comigo mesmo, que afeta ou não, que tem a ver, que é necessariamente parte, que está entre e nas extremidades.

É um problema meu contra todos também.

Um problema de todos contra mim.

Um não problema.

Não há necessariamente o problema.

Parte da solução.

Apenas o que é.

Pronto.

Ou algo assim... risos...

quinta-feira, 3 de junho de 2010

O solúvel limite das coisas às vezes

Quero que haja um caminho, mas percebi que não quero que este caminho seja apenas uma estrada, longa, tediosa, uma via só e por si só.

Quero uma paisagem, mas não um ambiente simplista, ermo, esquecido, parado. Quero que haja vida, detalhes, diversidade.

Quero ver o céu. Sim. Quero ver o céu. Não quero que nada encubra minha visão. Pior ainda se eu estiver só. Não. Definitivamente, preciso ver o céu para não sentir que esteja contido.

Eu fico me perguntando o por quê de as pessoas terem se perdido em si mesmas. E será que eu possa ter me perdido de mim mesmo também? Talvez, em alguns momentos.

Eu não sou um completo estranho simplesmente jogado aqui. Não. Recuso esta idéia tão egoísta e tola. Meu lugar é aqui. Não pretendo fugir. Entendo que minha condição não seja tão terrível quanto a de outras tantas pessoas que conheço e por isso sou grato à vida que tenho, muito embora as condições dessas pessoas não sejam extremamente aterradoras, apesar de elas entenderem assim.

Todos querem exacerbar a si mesmo. É natural. Há-hushausashs...!!!

Eu vou dormir durante a viagem. Sim. Ah... Estou diferente? Creio que não.

Quantas vezes eu olho para o céu? Não me dou conta de olhar atentamente para o céu, mas gosto de olhá-lo. Enquanto caminho olho bastante para o chão, pois ele é uma das minhas preocupações no momento. Não tenho o hábito de olhar para a frente.

Às vezes algumas pessoas devem esquecer que sou pequeno e que não exatamente tenho o que querem. Não que ser baixinho determine uma certa forma das coisas acontecerem, mas percebo que fatores como idade, conhecimento, objetivos tornam as pessoas um tanto diferentes, quase como a altura diferencia visivelmente uns de outros, ou eu de muitas das pessoas que conheço.

Hmmm... HUhsuahushuahs...!!!

Sabe... eu sei que ser habilitado para dirigir e ter um carro é bom. E começo a perceber a necessidade disso. Entretanto, reconheço minhas limitações em alguns pontos e, sinceramente, não sinto que eu precise mortalmente disso agora para mim. Eu passei a compor o grupo dos economicamente ativos, mas eu não me tornei outra pessoa. Continuo sendo quem sou. Não vou gastar com insensatez os meus saquinhos de sal guardados no banco.

Apesar do tempo, apesar de tudo, ainda sou eu mesmo. E preciso ser eu mesmo. Eu só tenho olhos para mim. Não que eu tenha deixado de considerar todos à minha volta, mas eu sempre fui assim, e isso não é mau. Ora, todos fazem isso. O problema é que não procuram uma forma de lidar satisfatóriamente com a questão.

Sou grato à sociedade, de certa forma, pois sou parte do que sou e parte dela. Sou grato a mim mesmo por não ter me esquecido de mim mesmo, ou pelo menos, não mais, ou , pelo menos, não até onde eu possa lembrar nesses últimos tempos. Sou grato à origem.

Devo planejar minha vida. Os tempos estão chegando. Nunca deixaram de chegar. O tempo é em tudo. Se ele passa ou não depende de nós para nós. Ou algo assim.

Além disso, só nos tornamos nós mesmos com muito exercício de nós. Do contrário, perderíamo-nos sempre. Alguns teimam nisso. Até eu me perco às vezes. Isso é normal. O problema é quando se torna anormalmente normal.

De resto... não consegui pensar e nem encontrar uma imagem para ilustrar esse post.

Então... até mais.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Viver


Viver com emoção.

Não há limites.

Não para os que sonham.

Podemos fluir como água.

Suportar como a terra.

Arder como o fogo.

Voar como o ar.

Ocultar como a sombra.

Brilhar como a luz.

Não importa.

Basta encontrar a emoção de cada momento e buscá-la na beleza do movimento.

xD

A foto: o nosso mestre das danças, Agesandro Rêgo, voando.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

O dia das corridas

Que coisa mais estranhamente chamativa do que poder destruir e reconstruir?

Tanta energia que se gasta com tudo isso, mas me parece algo tão aterradoramente produtivo. Estranho, de fato.

Quero aproximar-me, mas mantendo distância.

Quero ferir, com a ressalva da posterior cura.

Quero controlar, sem ter, entretanto, qualquer responsabilidade incômoda.

Mas não é possível.

Talvez em espontaneidade e busca por bom senso resida muito do que seja necessário.

Sei lá... nem sei o que tudo isso está realmente significando.

Talvez, não me caiba um ponto fixo. É, não me cabe.

Em vez de um ponto que me fixe, quero um ponto de referência. Isso. Uma referência.

Dela partirá meus esforços pequenos de poder. Não o poder sobre os outros. Não o poder sobre coisa alguma. Apenas a possibilidade de operar na realidade. Apenas a possibilidade de cumprir com a necessidade do momento, tanto para o ambiente, quanto para mim.

Em verdade, é necessário dormir. Isso sim.

Deixar ao pobre corpo a graça do descanso. Enquanto isso, ah, preciso ser ajuizado. Quanto cuidado tenho que ter comigo.

Sou míope e não vejo. É bom que não veja. Sou demais imaturo para lidar com o conhecimento.

Por isso é tão bom que sempre que eu aprenda algo incrivelmente interessante eu tenha o bom grado de querer compartilhar. Não se pode ser alegre sozinho. Às vezes é possível rir-se consigo mesmo. Mas não se pode substituir a presença humana.

Não quero com isso tirar o mérito dos nossos amigos animais e vegetais. Eles terão seu tempo de honra e desgraça tanto quanto nós, pois a verdadeira glória aí reside. Quantas vezes já me repeti em termos e em assuntos?

Pois bem, nesta longa caminhada tudo está por um bom motivo. Agora, qual o significado, o valor que se atribui a tudo isso? Pois é, cabe a cada um pensara respeito, refletir e tentar agir produtivamente para si e para os outros. O bem estar próprio e o geral devem se articular em prol do bem estar geral-mais-que-geral.

Ah...

Algo assim.

sábado, 22 de maio de 2010

Fazer a bainha da calça

Antes eu achava algo estiloso andar com calças maiores do que eu, até por uma questão de adaptação, pois nunca era possível que se comprasse calças exatamente para o meu tamanho, de modo que suas bainhas ficavam emboladas próximo aos pés e com o tempo até admiti que elas ficassem um pouco destruídas por esbarrarem no chão.

Mas esses tempos estão passando, e embora eu preferisse roupas largas devido ao possível conforto que elas pudessem oferecer, agora prefiro roupas mais justas ao meu tamanho. Roupas largas, ainda que deixem grande espaço, acabam tolhendo a movimentação. Eu já sabia disso antes, quando ainda fazia Tae Kwon Do, mas percebi mais ainda o incômodo causado quando comecei a fazer dança.

Por um bom tempo também fugi de remédios, de tratamentos médicos ou terapêuticos, de corte de cabelo (principalmente da hora da navalha... rs) e outros procedimentos. Eu pensava que o uso de métodos que aos poucos se distanciassem da naturalidade da forma como as coisas evoluem fosse algo desnecessário. Pura ignorância. Mesmo porque essa dita naturalidade em que eu acreditava era na verdade uma espécie de isolacionismo. Eu imaginava que fosse possível superar qualquer problema sozinho. Além disso. Percebo que eu tinha (e ainda tenho) medo daquilo que pudesse me expor, revelar minhas fraquezas.

Eu pensava que se eu adquirisse alguma enfermidade, alguma lesão, algum problema, eu deveria encontrar uma forma de solucioná-lo, digamos, autonomicamente, ou esperar para que o tempo o solucionasse. Acontece que o tempo não resolve todos os problemas, pois há aqueles para os quais não se pode permancer na passividade.

Outra questão é que eu não conseguia ver o fato de que eu necessariamente bebia da fonte das pessoas ao meu redor para superar uma determinada condição negativa.

O fato é, eu sentia como se a bainha esbarrando no chão, a dor, a insegurança, o medo e outras coisas eram minhas e somente minhas, e por isso eu era por elas responsável e mesmo deveria ter certa afinidade em tê-las, deveria rir delas, deveria portá-las e mostrá-las como um troféu de minhas grandes capacidades (não sei de quê).

Hoje percebo os meus equívocos. Não tenho necessidade de ter meu caminhar dificultado por causa das bainhas das minhas calças, não preciso amargar uma dor física se posso recorrer a algum remédio providencial e não preciso me deliciar sadicamente contra meu próprio ser, não preciso me punir por minhas desgraças para forçar o mundo a se mover em piedade por mim. Não. Posso retirar esses empecilhos, esses acessórios descartáveis, esses pesos extras.

Há ainda tanto a aprender. A realidade é assustadora. Mas ela só o é porque nos é desconhecida. Se não nos abrirmos ás possibilidades que vêm nos ajudar por medo das armadilhas, então não saíremos do lugar por um longo tempo e teremos perdido oportunidades que teriam nos levado de um ponto a outro bem rapidamente e sem grandes encargos.

Fechar-se em si também é assustador, pois não nos conhecemos a ponto de sabermos admitir quem realmente somos. Escondemo-nos sob nossas doenças, nossas mágoas, nossas bainhas arrastadas no chão.

Mas eis que novos passos devem ser dados. E sem nada para dificultá-los.

Hummmm...

Acho que é isso por enquanto.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Dente de Leão


Aparentemente, cheguei a um ponto em que cansei de muitas travas que eu impunha a mim mesmo.

Cansei... Eis que agora quero voar... na verdade, voar é preciso, bem como navegar, caminhar, escavar, descobrir, destruir, aniquilar, recriar, produzir, mas tudo com uma lucidez característica...

Lucidez... Não sei bem ao certo se é isso mesmo, pois às vezes caio absorto em semi-pensamentos... Não chego a pensar completamente, mas os sons, as imagens, os cheiros, o toques vão passando... vão passando... vão passando...

Lucidez... Tem sido uma palavra recorrente em meus pensamentos, depois que desperto de meus momentos de contemplação.

No entanto, parece que só os gostos ainda não passam tão lentamente... Ainda guardo minha ânsia por devorar o mundo.

Mas agora, tento fazer tudo um pouco mais devagar, para sentir e pensar com mais calma. Tenho que reduzir a frequência com que meus pensamentos vão e vêm.

Mas o que quero mesmo... é voar... voar para longe... sem ninguém para me turbar... quem quiser vir, que venha... de fato... é estranho poder caminhar com o vento...

Vejo o mundo... quero ser livre para vivê-lo... quero ser independente... mas não quero me perder... em verdade, quero poder voltar à minha casa, quero ser eu mesmo... Não quero me perder de mim e cair, e morrer e putrefazer... não... na verdade, não.

Nunca me senti tão feliz por minhas frustrações e duras vitórias. Nunca me senti tão feliz por ser quem eu sou, ainda que isso seja um tanto doloroso. Agora quero exercitar meu egocentrismo novamente. Quero viver para mim. Quero ser a criança que não deixei de ser, mas também quero ser o jovem com algo a oferecer e com boas capacidades...

Admiro quem vive para si, com responsabilidade para si, com compaixão para consigo mesmo.

Quero me admirar de mim mesmo... e quero voar, mesmo que tudo caia em ruínas, pois eu não vou cair... Muitos podem pensar que eu estaria morto, fraco, aleijado, roto... mas não...

Minha fome é grande... como a de um leão... mas agora sinto a necessidade de calma... e, então, apanhar a oportunidade junto à brisa...

Eu quero voar... mas quero ter minha casa para a ela voltar... eu sou minha casa... quero voltar a mim... quero ser eu mesmo, sempre... mas, acima de tudo... quero voar... rs

sexta-feira, 7 de maio de 2010

A Vitória dos Perdedores


Escrevo o nome da rosa...
Ela sempre está distante...
Mas ei-la no papel...

Vistosas são suas pétalas
de cortante graça
pelas quais movi injustas guerras.

Escrevo o nome da rosa...
Ao toque coube o corte.
Carinho por meus ferimentos...

Escrevo o nome da rosa
como se isso tornasse minha vigília
em sua desejada companhia.

Minha realeza nada é...
Muito menos sua beleza.
Ambos, mentiras entre si.

O nome da rosa escreve o que sou.
Por isso serei belo.
E a rosa será princesa.

Um feliz insucesso,
pois o que separa
é o que une.

E a terra pode ser envenenada, bem como o trono pode ser roubado. Tudo são aparências. A essência se ramificou por muitos lados, pode até ter se perdido de si. Ela pode ter se desconhecido de si, mas sempre retorna a si, reconhece a si e ao mundo, e o admitirá aos poucos, transformando-o também.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Temor

É estranho, mas um crescente temor surge em mim...

Não sei o que isso significa.

Tenho que admitir que estou um tanto perdido.

Mas mais do que isso...

Estou cansado...

Acho que preciso dormir.

E... ah... tudo isso é tão frustrante...

Chega a ser engraçado.

E meus olhos percorrem o ambiente, perdidos...

Novas atitudes

Ultimamente têm ocorrido eventos alegres e tristes, mas tudo de uma maneira lúcida, sem grandes extremos, sem acessos de euforia ou melancolia, e deixando um sorriso triste no rosto.
Ao que parece, os tempos de mudança, aos quais sempre me refiro, finalmente estão operando alguma mudança significativa em mim, tanto quanto eu mesmo decidi modificar a mim mesmo, quanto eu modifiquei o meio.

Tenho, mesmo, a vontade de dizer que fiquei um pouco mais velho, um pouco mais sábio e um pouco mais triste. Mas essa tristeza não é tão negativa, a despeito das dores sentidas até o dado momento. O que quero dizer é que essa é uma tristeza alegre, resignada, que busca compreender mais do que antes a lógica das coisas, mas não somente isso, pois também busca sentir, quando a razão ainda mostra-se incapaz de compreender.

Antes, eu saia à chuva, mostrava-me a ela, e chegava aonde quer que fosse encharcado. Era como um orgulho que eu senti por me expor àquilo que faz muitos correrem por abrigo. E, de fato, caminhar ou correr na chuva é bastante terapêutico em alguns momentos, mas a questão é que eu me expunha à chuva de modo desproposital, ignorando a possibilidade de adoecimento frente a um estado de fragilidade orgânica do qual eu não estivesse ciente. Isso é até irreverente, como eu pretendia ser, mas também era imprudência, pois não estaria considerando os devidos cuidados com meu corpo-instrumento, pois não posso viver para fazer as coisas que quero sem o móvel que me leva neste mundo físico.

Já são dois dias nos quais fui à faculdade portando uma sombrinha. Os fatos recentes de minha vida mostraram-me a necessidade de se despir de orgulho para tomar atitudes mais saudáveis. Antes, quando eu ficava doente, eu odiava ter que tomar remédio, e até hoje não sou muito adepto deles, mas já compreendo que em certos momentos eles são necessários, bem como outros procedimentos voltados ao bem estar. Exemplo disso foi o meu post sobre a extração dos meus sisos... rs.

Levando em conta a necessidade de sombrinha em dias de chuva, percebo que em minha vida inter e intrapessoal não posso mais sair em meio à chuva sem sombrinha. Eu acreditava que nunca seria afetado pelas ações de outrem, ou que eu tinha sempre noção das consequências de meus atos, algo não tão certo quando reconheço que sou um tanto impulsivo. Tinha muita autoconfiança, mas que em algum ponto se tornou infundada. Tive que pegar muitos resfriados causados pelas tormentas alheias e pelas minhas próprias. Mas hoje, já admito que necessito de sombrinha para sair de casa ou que não sou saudável se eu não fizer por onde.

Os dias passam. E eu ainda me sinto quase como uma criança. Mas também me sinto um pouco mais velho, mais sábio, mais triste do que antes. Isso não é ruim. Minha tristeza é alegre. Faz-me perceber que devo me desvencilhar de meu orgulho de vez em quando.

Quem sabe eu tenha subido um degrau a mais em minha longa escada de progresso, embora reconheça que ainda tenho muitas arestas desproporcionais, ou seja, ainda sou um quadrado torto... Hushauhsuahusha...

Mas é isso, mais ou menos...

Não saiam de casa sem sombrinha. E caminhem um pouco mais devagar. Nem sempre é necessária tanta pressa. Estou aprendendo isso aos poucos.

Até.

sábado, 24 de abril de 2010

A beleza da contradição

Porque é na contradição que se percebe que há outras possibilidades.

E...

Ah...

Quer saber?

Até que eu tava com uma vontade de colocar algo legal aqui... mas perdi a vontade... rs...

O pior de tudo é que eu não consigo me controlar...

Preciso manter a ordem através de uma catarse caótica que se esvai madrugada adentro.

Mas tenho que parar com isso. Já está afetando o meu despertar pela manhã seguinte.

Adeus, seus desgraçados. Muita paz, alegria, amor e dinheiro a todos vocês.

Há!!!

xD

domingo, 11 de abril de 2010

Olhos para ver...


Ah...

Mas com um pouquinho de atenção e imaginação qualquer coisinha se torna engraçada, bonita, legal, atrativa e et cetera e tal...

É uma questão de disposição. Qual o sentido que o mundo à sua volta tem? O que pode ser mudado em você e no mundo, na medida do possível, para que a vida seja mais amena, mais estimulante, mais incrível e ao mesmo tempo ao alcance das mãos?

Façamos então uma remontagem do que nos leva a agir e a pensar de tal ou qual modo. O que podemos mudar? Que recursos temos às mãos? Quais vias alternativas podem ser tomadas para preparar possibilidades ainda não prováveis para o momento?

Ter tal clarividência da realidade é uma habilidade que requer certa atenção, imaginação, criatividade, criticismo, paciência e, acredito ser o mais importante, carinho à vida, independente de seus sabores e dissabores. E como habilidade, só pode ser ampliada com o exercício.

Mas nada de tensão. Se delinear os próximos passos é difícil, então não é bom se desgastar com isso. O melhor é ir dormir um pouquinho...

As idéias sempre se organizam melhor após um bom sono!!!

xD

sábado, 10 de abril de 2010

Os Duros Ciclos


Tempos de mudança, estes...

É o que sempre falo...

E é impossível alhear-se ao que acontece.

Em si, estamos vivenciando uma gigantesca revolução, um giro e, consequentemente um retorno para se recomeçar de determinado ponto.

Mas digo, em verdade, que alguns retornos são dolorosos.

A terra se contrai em dor e manifesta em catástrofes todo o efeito que o homem causou a ela... E este homem revolve-se contra si mesmo em revolta, dor, desespero...

É chegada a hora de se reformular todas as atitudes tomadas no passado, pois quando nos depararmos com as falhas que deixamos, poderemos cair nelas.

A cada período nós nos reencontramos com algo. Mas estamos vivendo tempos críticos. Por um lado, tempos de possibilidade de crescimento sobre tudo o que foi destruído pelas guerras que matam, pelas enchentes que arrastam e afogam, pelos ventos fortes que arrancam, pelo fogo que consome e pela terra que encobre.

Entretanto, reconheço que imediatamente após a queda é realmente difícil perceber qualquer possibilidade de pensar em reerguimento, após tantas aflições. Nós, que por ventura ainda não vivemos a dor na pele, temos que auxiliar nossos próximos que sofrem. Querendo ou não a dor do outro também é nossa dor.

Mas, ainda assim, a dor de quem a sente é imensurável.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

O momento de se erguer

Assumir responsabilidades, lidar com erros - os próprios e os de outros, aprender, ensinar, olhar o outro lado das coisas, tomar decisões e muitas outras ações exigem um esforço de quem as pratica.

Em verdade, não é fácil se esclarecer sem balançar, sem confrontar desejos almejados e compromissos assumidos, sem se ofuscar com a nova luz. Às vezes não são nem compromissos formais, mas compromissos individuais aceitos diante da própria vida e por isso de valor muito mais acentuado.

O cuidado que se deve ter ao viver com os pés no presente e a visão no futuro traz inúmeras dúvidas. Entretanto, as ações do aqui-e-agora devem ser realizadas sem serem entravadas pela ilusão do que ainda não está próximo, e os objetivos e projetos de vida não devem ser perdidos em prol da realização de desejos imediatistas.

Percebe-se que há uma tensão interna grande em quem se vê em tais circunstâncias, principalmente porque a sociedade cobra atitudes morais para as quais muitos de seus elementos não tem prontidão por falta de vontade e ignorância, sendo apenas capazes de agir conforme a orientação de códigos e normas morais, legítimas ou não, mas que tentam burlar sempre que podem.

Àqueles que se dispõem a assumir o papel de propagadores da competência, da responsabilidade, da igualdade, da justiça e outros aspectos de virtude, pesa o olhar julgador, expectador e censurador dos grupos em que estão inseridos, sendo-lhes negada a expressão da imperfeição humana, ou seja, são tolidos de sentir dor, chorar, enraivecer-se, mentir e outras coisas consideradas negativas.

No entanto, a virtude não está em ser bom o tempo todo. Aí é que deve ser posta em movimento a capacidade transformadora do ser humano de flexibilizar suas próprias normas e escapar daquelas que são rígidas ou frouxas demais. Deve-se saber aguardar e agir, adaptar-se às condições adversas sem perder o foco, ou saber mudar o foco quando este já não é mais satisfatório. Em determinados momentos, o sujeito vai ter que saber pôr em prática sua agressividade, vai ter que se utilizar de inverdades para proteger uma determinada situação ou pessoas, vai ter que descarregar sua dor em prantos.

Viver não é simplesmente se ater às ordens estabelecidas, pois elas podem se tornar incapazes de comportar a realidade. A evolução não se dá com formas estáticas, mas com o avanço sobre lacunas não exploradas onde a realidade abre a possibilidade de novos recursos. Mas quem quiser adentrar essas sendas deverá enfrentar a resistência de quem acredita que a ordem fixa é progresso e a inconsequência de quem acredita que a ausência de formas é liberdade.

Em alguns momento será indispensável ter paciência, pois aqueles que sabem algo e aceitam uma determinada responsabilidade não têm como mover a realidade. Sentar e aguardar, mesmo que na escuridão, pode ser a solução temporárea. Mas, assim que a água abrir um buraco na rocha, deve-se sair em busca das metas. A borboleta não alça vôo sem antes ter passado pela crisálida, onde sua potencialidade foi sendo desenvolvida silenciosamente.

Mantenha-se em posição para crescer.

Este pode ser o momento de se erguer.

xD

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Desgraça e Destruição


As pessoas temem o pior, mesmo que não saibam o que o conterá, qual seu objeto e, principalmente, qual sua finalidade.

Vivemos em épocas em que os fatos ocorrem muito rápido e são também noticiados com tamanha agilidade. A tecnologia vive em constante corrida, onde o que é novo hoje se torna obsoleto amanhã. Especulações se fazem mais importantes do que a verdade. O banal e o grotesco são focalizados e vendidos. Tudo sob a égide da alegria, da satisfação, do bem todos.

Ah!!! O bem de todos.

O que é o bem de todos? Como saber, se as pessoas delegam a possibilidade de sabê-lo para outrem, pautam sua felicidade no outro, deixam de acreditar em si mesmas, não olham para o que têm em si simplesmente porque pensam nada ter além das coisas que fazem vibrar aos olhos dos outros, como dinheiro, carros, cargos, títulos, troféis e outros acessórios que viraram pedras elementares da vida das pessoas.

Infelizmente, somos culpados, mas não podemos apontar isso no outro sem apontar três dedos de volta a nós mesmos.

Em verdade, a solução não reside em simplesmente identificar erros, mas em se tomar a iniciativa de tentar solucioná-los. Sim. Tentar. Porque nada realmente se constroi se não há esboços, tentativas, erros.

E erros são o que não falta na tentativa de alcançar o bem de todos. Ah! O bem.

Alguns querem paz, querem satisfação, juventude, e tudo isso tem que ser eterno. Mas como ser eterno em uma condição material onde nada se cria, nada se perde, tudo se transforma?

Eis a questão. Nossa essência é eterna, imortal, mas reside em um estado de ser que aflige as sensações, que é bruto demais, denso demais, que se agrega e se desagrega, que, conforme aprendemos tão simplóriamente, nasce, cresce, reproduz-se e morre. Separam-se as coisas em ciclos inflexíveis e esquece-se que as coisas se transformam. Vida e morte são relativos; as duas faces de uma moeda cujo valor não é compreendido, pois vida e morte nem sempre são o que parecem ser.

Bandidos, políticos corruptos, ditadores populistas, algozes da humanidade... Quando surgem promovem comoção em todos. Geram sentimentos de indignação, fúria, ódio animalesco... Tudo isso é triste. O ser humano se deixa perder em exaltações emocionais esquecendo suas possibilidades transcendentes de benevolência.

Oh... Quantos sofrem? Quanto sofrem? No entanto, a destruição é uma fase. Em verdade, um desafio, uma dura lição. De fatos isolados, pequenos, a eventos mundiais, catástrofes, genocídios, a humanidade passa por tais acontecimentos e deve encontrar um solução. Mas soluções errôneas foram buscadas ao longo do tempo. Pretende-se alcançar a paz com o golpe forçado e maciço, tal qual as bombas atômicas jogadas sobre Hiroshima e Nagasaki? Através de regimes autoritários, ditatoriais? Através de toques de recolher? Prisões de segurança máxima? Castrações químicas? Quanto se tenta cavar até a alma humana sem encontrá-la?

Tantos erros. Desgraça e destruição, morte e putrefação. Verdades que existem, ocorrem, atingem a carne e a alma. Mas se existem há um propósito. A humanidade,.. Nós... não somos meros receptáculos da vida, não estamos jogados ao acaso, não somos uma complexa ordenação químico fisiológica.

Temos a capacidade de mover alavancas que movem o mundo. Não percebemos, mas temos. Ações isoladas que se espalham podem gerar atos grandes. Percebemos que a força não soluciona problemas, pois não somos máquinas.

Seres humanos, bons ou maus, são humanos, e o fato de serem vistos como bons ou maus se deve a toda uma construção sócio histórica que um dia poderá ser alterada, para que ninguém seja determinado por outros, e sim pelos seus próprios atos, com a capacidade de se responsabilizarem conscientemente por sua conduta, por suas vidas, pela manutenção de seu espaço, preservação do ambiente e respeito à vida.

Aprendamos com os erros do passado. Não deixemos que eles voltem a impregnar nossa história. Busquemos o bem, o respeito, a cooperação. Que os sentimentos de ninguém sejam violados.

Um dia... as agressões não serão mais parte de nossos pensamentos. Não porque elas deixem de existir, mas porque compreenderemos que não há progresso sem empecilhos, não há cura sem doença, não há vida sem a morte. Quando compreendermos tudo isso, estaremos acima desses ciclos e contribuiremos para com o universo a partir de nossos aprendizados e sendo simplesmente o que somos em essência. Eternos.

Tudo está interligado.

Qual a sua posição no mundo?

xD

sábado, 23 de janeiro de 2010

O Triste Naufrágio dos Tolos


Não quero que fiques só nessa barca.

Não quero que a tristeza te afogue.

Não quero que afundes nas águas da melancolia.

A névoa encobre-nos.

Não queres que eu caia por ti.

Não quero que caias sem mim.

Ambos agarramo-nos um ao outro.

Quero que a vida prevaleça.

Não importa quanto tempo permaneçamos à deriva.

Tenho fé.

A fé dos tolos.

Mas tenho fé.

Talvez fiquemos largo tempo com as cabeças erguidas ao céu...

Mas com os corpos friamente submersos.

A hora vai chegar.

Tenho fé.

A fé dos tolos.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Revolução

E o queijo se cai das mãos que buscam, famintas, pela faca.

E os dias parecer-se-ão vazios conforme o rio desague onde não o sabe se haverá algo para nutrir.

E a alegria é doce, mas a tristeza também se apresenta querida.

E o vento sopra frio, mas o sujeito optou por estar lá.

E o desespero deseja segurar na mão da esperança ao longo dessa estrada.