Se há uma coisa que eu odeio são pessoas que se arvoram de um determinado discurso, mas que agem de maneira contraditória ao mesmo.
Entendo que nenhum de nós está livre de cometer nossas próprias incoerências quanto a falar e a agir. Estamos em constante transformação. Nossas ideias se modificam.
No entanto, não admito determinados posicionamentos ideológicos acompanhados de atitudes exaltadas e que, ainda assim, não condizem com os atos posteriores daqueles que falam.
Hoje, mais uma vez, presenciei um ato falho de uma pessoa que se acredita revolucionária e libertária.
Sim. É feio da minha parte ficar falando das pessoas assim. Mas é isso mesmo. Eu me incomodo porque a circunstância da qual falarei é algo que é desconsiderado pelas pessoas quando acontece, mas nas rodas de discussão combate-se os estereótipos da sociedade com palavras carticuladas que visam possuir algo de difusão de autonomia para quem se destina o conteúdo do discurso.
Eis a cena:
A professora resolve arrastar a mesa dela. E começa a arrastá-la de um jeito um tanto patético, mas até aí nenhum problema.
Claro que alguém poderia ter se levantado para ajudá-la, mas, e aí demarco o início de minha crítica, esperava-se que algum homem se levantasse para ajudá-la.
As questões: a) segundo o que me pareceu, ela poderia ter dado conta do recado muito bem, aplicando sua força de outra maneira mais satisfatória; b) a distância a que os poucos homens da turma estavam era desprezível, dado que até algum deles chegar até a mesa a professora já teria empurrad-a completamente; ou c) a professora poderia ter pedido ajuda antes de começar a empurrar a mesa, pois ninguém iria se negar a ajudá-la.
E agora, a situação motivadora de minha irritação:
Uma pessoa enxerida grita "égua! Não tem nenhum homem pra ajudar a professora?". (ou algo mais ou menos assim)
O que mais me irrita é que essa pessoa é sempre assim, irritante e inconveniente, pelo menos pra mim. Gosto muito dessa pessoa, mesmo, mas às vezes ela é realmente irritante. Sei também que ela gosta bastante de mim, mas que ela também se irrita com minhas atitudes, afinal, eu me irrito com o comportamento dela porque o meu comportamento não é muito diferente. Também sou consideravelmente irritante e inconveniente. Mas o X da questão é que eu gostaria que ela fosse mais coerente com as palavras e atitudes dela. Só isso.
Todos a conhecem pelo jeito revolucionário dela, pelo discurso bem elaborado dela, e pelo jeito sem noção que ela tem (hauheuhaehuh...), além de que ela sabe muito, ela lê muito, ela estuda muito, mas ela continua com essas incoerências bestas.
Alguns podem pensar que minha irritação é apenas uma besteira sem importância. Mas não, talvez não seja.
Muita gente, durante a III Jornada de Psicologia, adorou a fala de um psicólogo, principalmente as mulheres, porque ele é bonitão e inteligente. Em determinado momento ele falou do poder transformador, constituidor das palavras. Ao que parece a mulherada prestou mais atenção na poder constituidor físico dele e não no das palavras.
A pessoa na sala estava confirmando mais uma vez através de um ato aparentemente pequeno e sem importância o estereótipo que ela tanto combate: o estereótipo da mulher fraquinha que necessita da ajuda de um besta (ops... cavalheiro), que se predisponha a ajudar a mulher sem que ela peça.
Eu não concordo comos estereótipos que acompanham homens e mulheres e tento combatê-los da maneira que posso. Por causa de minhas convicções há muita gente que me acha um chato, porque em certos momentos eu levo muito a sério os simbolismos encobertos pelas pequenas ações das pessoas. Aí acabo sendo tachado de chato mais uma vez, e de que eu não sei brincar e coisas assim. Pois, digo, que são nos atos pequenos que se encontra o reforçador dos conteúdos ideológicos e estereotipados da nossa decadente sociedade.
Eu não sou a mais correta das pessoas, mas eu primo por um pouco mais de moderação nos nossos atos. Senão, de nada adiantam os conteúdos que sempre discutimos ao estudar. E o pior. Como é comum, mais à frente, ao se depararem com uma circunstância ofensiva ou ultrajante, as pessoas retomam o discurso belo para protegerem seu direitos.
Ahhh...
Fico até mufino com a mediocridade nossa de cada dia.
Homens e mulheres merecem respeito igualmente na medida das suas diferenças. Sei que a situação que expus é pequena, mas sempre acredito que o respeito se constroi a partir de atos pequenos do cotidiano, bem como as práticas políticas, pois constantemente discutimos em sala de aula.
Mas, talvez, eu só esteja, mais uma vez, levando as coisas a sério demais. Pois todos estão sempre certos pois entram em consenso.
...
Odeio democracia. É a legitimação da burrice alheia.
Eis o conteúdo de meus discursos contraditórios, porque quero que todos tenham a preocupação de serem moderados para atingirem um possível resultado razoável nas coisas. Mas como sou individualista demais, gostaria que as pessoas fossem competentes para serem autônomas com seus próprios assuntos.
Mas percebo que meu conteúdo ideológico é acompanhado de três elementos: meus pensamentos, meu discurso e meus atos.
Tento manter meus discursos e atos coerente, mas meus pensamentos não. Nesse ponto sou contraditório. Quero a igualdade de todos, desde que possam me deixar em paz do meu jeito.
Odeio democracia. Mesmo sabendo que estou errado.
Ao fim, como sei dessas coisas, sou o mais errado e mais merecedor de restrições.
Entendo que nenhum de nós está livre de cometer nossas próprias incoerências quanto a falar e a agir. Estamos em constante transformação. Nossas ideias se modificam.
No entanto, não admito determinados posicionamentos ideológicos acompanhados de atitudes exaltadas e que, ainda assim, não condizem com os atos posteriores daqueles que falam.
Hoje, mais uma vez, presenciei um ato falho de uma pessoa que se acredita revolucionária e libertária.
Sim. É feio da minha parte ficar falando das pessoas assim. Mas é isso mesmo. Eu me incomodo porque a circunstância da qual falarei é algo que é desconsiderado pelas pessoas quando acontece, mas nas rodas de discussão combate-se os estereótipos da sociedade com palavras carticuladas que visam possuir algo de difusão de autonomia para quem se destina o conteúdo do discurso.
Eis a cena:
A professora resolve arrastar a mesa dela. E começa a arrastá-la de um jeito um tanto patético, mas até aí nenhum problema.
Claro que alguém poderia ter se levantado para ajudá-la, mas, e aí demarco o início de minha crítica, esperava-se que algum homem se levantasse para ajudá-la.
As questões: a) segundo o que me pareceu, ela poderia ter dado conta do recado muito bem, aplicando sua força de outra maneira mais satisfatória; b) a distância a que os poucos homens da turma estavam era desprezível, dado que até algum deles chegar até a mesa a professora já teria empurrad-a completamente; ou c) a professora poderia ter pedido ajuda antes de começar a empurrar a mesa, pois ninguém iria se negar a ajudá-la.
E agora, a situação motivadora de minha irritação:
Uma pessoa enxerida grita "égua! Não tem nenhum homem pra ajudar a professora?". (ou algo mais ou menos assim)
O que mais me irrita é que essa pessoa é sempre assim, irritante e inconveniente, pelo menos pra mim. Gosto muito dessa pessoa, mesmo, mas às vezes ela é realmente irritante. Sei também que ela gosta bastante de mim, mas que ela também se irrita com minhas atitudes, afinal, eu me irrito com o comportamento dela porque o meu comportamento não é muito diferente. Também sou consideravelmente irritante e inconveniente. Mas o X da questão é que eu gostaria que ela fosse mais coerente com as palavras e atitudes dela. Só isso.
Todos a conhecem pelo jeito revolucionário dela, pelo discurso bem elaborado dela, e pelo jeito sem noção que ela tem (hauheuhaehuh...), além de que ela sabe muito, ela lê muito, ela estuda muito, mas ela continua com essas incoerências bestas.
Alguns podem pensar que minha irritação é apenas uma besteira sem importância. Mas não, talvez não seja.
Muita gente, durante a III Jornada de Psicologia, adorou a fala de um psicólogo, principalmente as mulheres, porque ele é bonitão e inteligente. Em determinado momento ele falou do poder transformador, constituidor das palavras. Ao que parece a mulherada prestou mais atenção na poder constituidor físico dele e não no das palavras.
A pessoa na sala estava confirmando mais uma vez através de um ato aparentemente pequeno e sem importância o estereótipo que ela tanto combate: o estereótipo da mulher fraquinha que necessita da ajuda de um besta (ops... cavalheiro), que se predisponha a ajudar a mulher sem que ela peça.
Eu não concordo comos estereótipos que acompanham homens e mulheres e tento combatê-los da maneira que posso. Por causa de minhas convicções há muita gente que me acha um chato, porque em certos momentos eu levo muito a sério os simbolismos encobertos pelas pequenas ações das pessoas. Aí acabo sendo tachado de chato mais uma vez, e de que eu não sei brincar e coisas assim. Pois, digo, que são nos atos pequenos que se encontra o reforçador dos conteúdos ideológicos e estereotipados da nossa decadente sociedade.
Eu não sou a mais correta das pessoas, mas eu primo por um pouco mais de moderação nos nossos atos. Senão, de nada adiantam os conteúdos que sempre discutimos ao estudar. E o pior. Como é comum, mais à frente, ao se depararem com uma circunstância ofensiva ou ultrajante, as pessoas retomam o discurso belo para protegerem seu direitos.
Ahhh...
Fico até mufino com a mediocridade nossa de cada dia.
Homens e mulheres merecem respeito igualmente na medida das suas diferenças. Sei que a situação que expus é pequena, mas sempre acredito que o respeito se constroi a partir de atos pequenos do cotidiano, bem como as práticas políticas, pois constantemente discutimos em sala de aula.
Mas, talvez, eu só esteja, mais uma vez, levando as coisas a sério demais. Pois todos estão sempre certos pois entram em consenso.
...
Odeio democracia. É a legitimação da burrice alheia.
Eis o conteúdo de meus discursos contraditórios, porque quero que todos tenham a preocupação de serem moderados para atingirem um possível resultado razoável nas coisas. Mas como sou individualista demais, gostaria que as pessoas fossem competentes para serem autônomas com seus próprios assuntos.
Mas percebo que meu conteúdo ideológico é acompanhado de três elementos: meus pensamentos, meu discurso e meus atos.
Tento manter meus discursos e atos coerente, mas meus pensamentos não. Nesse ponto sou contraditório. Quero a igualdade de todos, desde que possam me deixar em paz do meu jeito.
Odeio democracia. Mesmo sabendo que estou errado.
Ao fim, como sei dessas coisas, sou o mais errado e mais merecedor de restrições.
Nenhum comentário:
Postar um comentário