quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

A Agonia

Que estranho sentir a agonia do vazio daquilo que não se criou. Daquilo que tem sido inútil e daquilo que aponta para a necessidade de luta por mim mesmo.
Se assim não for, então estarei desgraçado por toda a existência, até que chegue o dia em que eu resolva agir finalmente.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

A Dança de Toda Coisa

Queria poder me lamentar por tanta coisa aqui, mas percebo que não é tão razoável, e embora fique um pouco triste por fazer tal escolha, acredito que a dificuldade em se manter uma desejada estabilidade das decisões e atitudes, bem como a tensão gerada, são necessários.

Deve-se mobilizar cada pequena parte de si com o intuito de alcançar um degrau mais alto. Com rigidez excessiva não se pode movimentar um membro, e com relaxamento em demasia não se pode firmar uma base de sustentação.

Veja-se que não estou lamentando de coisas sobre as quais eu gostaria de poder desesperar-me a respeito, mas em si já me lamento de tal esforço para evitar o desalento.

Com uma triste expectativa aguardo confiantemente por oportunidades de ação. E a possibilidade de ação traz uma alegria que impulsiona. Combinar as partes desse quebra-cabeça é fundamental para se alcançar os objetivos. Uma dialética, uma incessante dança que tende a se aprimorar.

É isto.

Não vejo porquê conceber a possibilidade de retroação. As tentativas um dia mostrarão que há possibilidades mais proficientes. Os erros são também sérios ensaios para um posterior acerto. A forma mostrada por todas as coisas que se relacionam entre si é a prova dos efeitos de uma determinada escolha. Tudo é interdependente e tem importância.

Logo, a tendência é o aprimoramento, embora este seja habitualmente tomado por equívocos que se mostraram aprimoramentos para uma determinada questão até que suas contradições internas os fizeram tombar. Não é algo tão simples de se delimitar.

A evolução não está restrita à percepção humana e acontece mesmo quando estamos inconscientes dela. Agora, se conseguirmos compreender seus sinais, claro que podemos nos beneficiar de uma concordância que faça todos crescerem juntos.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Eu para mim

Tenho percebido coisas importantes sobre mim.

Eu não caibo em mim mesmo de tão egocêntrico que sou. Necessito partilhar com as pessoas a necessidade de gostar de mim, fazendo com que gostem de mim a partir do momento em que gosto delas.

Percebi que não tenho mais tanta paciência com as pessoas. Ou melhor. Não é que não tenha, mas começo a optar por dar mais atenção a meus próprios interesses de forma mais ativa.

Antigamente eu costumava basear meus interesses nos interesses alheios, buscando uma forma de ser alguém para os outros em tentativas impossíveis de ser sempre algo em função dos outros, pois pensava que minha felicidade estava vinculada à felicidade alheia. Provavelmente ainda faça isso às vezes, mas já noto que a minha felicidade é únicae e não cabe a ninguém além de mim.

Percebi que devo aceitar os meus objetivos com reconhecimento de que eles são meus e para mim. Não são coisas que outros possam vivenciar concomitantemente, de modo que posso apenas compartilhar tais experiências com quem se disponha, mas não tenho direitos de impô-los ou de esperar total compreensão.

Não tenho porquê temer o que quero, desde que tal meta não seja algo totalmente fora de questão, prejudicial, insensato, inconseqüente ou de qualquer forma negativo tanto para mim quanto para os outros.

Há, sempre e claro, um necessário ponto de integridade a ser mantido em mim, nos outros e no que há entre nós.

Tenho uma responsabilidade em ser quem sou. Uma responsabilidade com a vida. Eu me ligo voluntariamente às regras que acredito razoáveis. Em contrapartida, a voz de minhas vontades começa a falar com a voz que têm naturalmente e que é a minha, por sinal. Começo a perceber a mim mesmo e o que sou em momentos diferentes.

Entendo que talvez eu esteja bastante rabugento, irritadiço e até incômodo vez ou outra. Isso mostra que ainda tenho que adequar algumas de minhas vontades com a vontade geral de forma a não gerar tensão desnecessária. Mas não devo mais me fazer calar tão tolamente abnegado. Se me calo em alguns momentos, é simplesmente para evitar um descontrole desnecessário.

Em si, não sei onde quero chegar com isso.

Vejo o mundo com meus olhos. Minha visão é evidentemente diferente, não que os outros tenham visões iguais, mas parece que a forma como apreendo a realidade é sensivelmente peculiar e, portanto, meio isolada, meio desolada.

Ao que parece, ainda me falta muito exercício de ser quem sou cada vez mais, para que não precise me sentir mais tão culpado de ser quem sou, justamente porque a minha beleza consiste em minha autenticidade voluntariamente distorcida.

Não tenho que reduzir a atenção que dou aos outros. tenho é que dar mais atenção a mim mesmo para poder sintetizar de forma mais aceitável as minhas expectativas e as dos outros.

E isso tudo é apenas devido a minha grande ira por não poder ter o que quero. Quero ter a mim mesmo, mas não se pode ter o que se é. E mesmo se eu pudesse, eu teria ódio, pois não suporto o que sou quando me reconheço. Ou talvez a questão toda esteja aí.

Sim. Eis a questão.

Meu sentimento-de-si. Uma questão para quem se compraz por entender o mundo de forma integrada, mesmo sem conseguir agir como tal, já que relega a satisfação de seu autoconceito a coisas externas. E não deve ser assim de forma tão restrita.

A resposta está em mim mesmo. Devo disponibilizá-la para mim. E o incrível é que alguns já me acolheram antes mesmo que eu ter me acolhido por mim mesmo. Joguei-me contra as rochas de forma tão patética. Ha!

Apenas um problema de mim comigo mesmo, que afeta ou não, que tem a ver, que é necessariamente parte, que está entre e nas extremidades.

É um problema meu contra todos também.

Um problema de todos contra mim.

Um não problema.

Não há necessariamente o problema.

Parte da solução.

Apenas o que é.

Pronto.

Ou algo assim... risos...

quinta-feira, 3 de junho de 2010

O solúvel limite das coisas às vezes

Quero que haja um caminho, mas percebi que não quero que este caminho seja apenas uma estrada, longa, tediosa, uma via só e por si só.

Quero uma paisagem, mas não um ambiente simplista, ermo, esquecido, parado. Quero que haja vida, detalhes, diversidade.

Quero ver o céu. Sim. Quero ver o céu. Não quero que nada encubra minha visão. Pior ainda se eu estiver só. Não. Definitivamente, preciso ver o céu para não sentir que esteja contido.

Eu fico me perguntando o por quê de as pessoas terem se perdido em si mesmas. E será que eu possa ter me perdido de mim mesmo também? Talvez, em alguns momentos.

Eu não sou um completo estranho simplesmente jogado aqui. Não. Recuso esta idéia tão egoísta e tola. Meu lugar é aqui. Não pretendo fugir. Entendo que minha condição não seja tão terrível quanto a de outras tantas pessoas que conheço e por isso sou grato à vida que tenho, muito embora as condições dessas pessoas não sejam extremamente aterradoras, apesar de elas entenderem assim.

Todos querem exacerbar a si mesmo. É natural. Há-hushausashs...!!!

Eu vou dormir durante a viagem. Sim. Ah... Estou diferente? Creio que não.

Quantas vezes eu olho para o céu? Não me dou conta de olhar atentamente para o céu, mas gosto de olhá-lo. Enquanto caminho olho bastante para o chão, pois ele é uma das minhas preocupações no momento. Não tenho o hábito de olhar para a frente.

Às vezes algumas pessoas devem esquecer que sou pequeno e que não exatamente tenho o que querem. Não que ser baixinho determine uma certa forma das coisas acontecerem, mas percebo que fatores como idade, conhecimento, objetivos tornam as pessoas um tanto diferentes, quase como a altura diferencia visivelmente uns de outros, ou eu de muitas das pessoas que conheço.

Hmmm... HUhsuahushuahs...!!!

Sabe... eu sei que ser habilitado para dirigir e ter um carro é bom. E começo a perceber a necessidade disso. Entretanto, reconheço minhas limitações em alguns pontos e, sinceramente, não sinto que eu precise mortalmente disso agora para mim. Eu passei a compor o grupo dos economicamente ativos, mas eu não me tornei outra pessoa. Continuo sendo quem sou. Não vou gastar com insensatez os meus saquinhos de sal guardados no banco.

Apesar do tempo, apesar de tudo, ainda sou eu mesmo. E preciso ser eu mesmo. Eu só tenho olhos para mim. Não que eu tenha deixado de considerar todos à minha volta, mas eu sempre fui assim, e isso não é mau. Ora, todos fazem isso. O problema é que não procuram uma forma de lidar satisfatóriamente com a questão.

Sou grato à sociedade, de certa forma, pois sou parte do que sou e parte dela. Sou grato a mim mesmo por não ter me esquecido de mim mesmo, ou pelo menos, não mais, ou , pelo menos, não até onde eu possa lembrar nesses últimos tempos. Sou grato à origem.

Devo planejar minha vida. Os tempos estão chegando. Nunca deixaram de chegar. O tempo é em tudo. Se ele passa ou não depende de nós para nós. Ou algo assim.

Além disso, só nos tornamos nós mesmos com muito exercício de nós. Do contrário, perderíamo-nos sempre. Alguns teimam nisso. Até eu me perco às vezes. Isso é normal. O problema é quando se torna anormalmente normal.

De resto... não consegui pensar e nem encontrar uma imagem para ilustrar esse post.

Então... até mais.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Viver


Viver com emoção.

Não há limites.

Não para os que sonham.

Podemos fluir como água.

Suportar como a terra.

Arder como o fogo.

Voar como o ar.

Ocultar como a sombra.

Brilhar como a luz.

Não importa.

Basta encontrar a emoção de cada momento e buscá-la na beleza do movimento.

xD

A foto: o nosso mestre das danças, Agesandro Rêgo, voando.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

O dia das corridas

Que coisa mais estranhamente chamativa do que poder destruir e reconstruir?

Tanta energia que se gasta com tudo isso, mas me parece algo tão aterradoramente produtivo. Estranho, de fato.

Quero aproximar-me, mas mantendo distância.

Quero ferir, com a ressalva da posterior cura.

Quero controlar, sem ter, entretanto, qualquer responsabilidade incômoda.

Mas não é possível.

Talvez em espontaneidade e busca por bom senso resida muito do que seja necessário.

Sei lá... nem sei o que tudo isso está realmente significando.

Talvez, não me caiba um ponto fixo. É, não me cabe.

Em vez de um ponto que me fixe, quero um ponto de referência. Isso. Uma referência.

Dela partirá meus esforços pequenos de poder. Não o poder sobre os outros. Não o poder sobre coisa alguma. Apenas a possibilidade de operar na realidade. Apenas a possibilidade de cumprir com a necessidade do momento, tanto para o ambiente, quanto para mim.

Em verdade, é necessário dormir. Isso sim.

Deixar ao pobre corpo a graça do descanso. Enquanto isso, ah, preciso ser ajuizado. Quanto cuidado tenho que ter comigo.

Sou míope e não vejo. É bom que não veja. Sou demais imaturo para lidar com o conhecimento.

Por isso é tão bom que sempre que eu aprenda algo incrivelmente interessante eu tenha o bom grado de querer compartilhar. Não se pode ser alegre sozinho. Às vezes é possível rir-se consigo mesmo. Mas não se pode substituir a presença humana.

Não quero com isso tirar o mérito dos nossos amigos animais e vegetais. Eles terão seu tempo de honra e desgraça tanto quanto nós, pois a verdadeira glória aí reside. Quantas vezes já me repeti em termos e em assuntos?

Pois bem, nesta longa caminhada tudo está por um bom motivo. Agora, qual o significado, o valor que se atribui a tudo isso? Pois é, cabe a cada um pensara respeito, refletir e tentar agir produtivamente para si e para os outros. O bem estar próprio e o geral devem se articular em prol do bem estar geral-mais-que-geral.

Ah...

Algo assim.

sábado, 22 de maio de 2010

Fazer a bainha da calça

Antes eu achava algo estiloso andar com calças maiores do que eu, até por uma questão de adaptação, pois nunca era possível que se comprasse calças exatamente para o meu tamanho, de modo que suas bainhas ficavam emboladas próximo aos pés e com o tempo até admiti que elas ficassem um pouco destruídas por esbarrarem no chão.

Mas esses tempos estão passando, e embora eu preferisse roupas largas devido ao possível conforto que elas pudessem oferecer, agora prefiro roupas mais justas ao meu tamanho. Roupas largas, ainda que deixem grande espaço, acabam tolhendo a movimentação. Eu já sabia disso antes, quando ainda fazia Tae Kwon Do, mas percebi mais ainda o incômodo causado quando comecei a fazer dança.

Por um bom tempo também fugi de remédios, de tratamentos médicos ou terapêuticos, de corte de cabelo (principalmente da hora da navalha... rs) e outros procedimentos. Eu pensava que o uso de métodos que aos poucos se distanciassem da naturalidade da forma como as coisas evoluem fosse algo desnecessário. Pura ignorância. Mesmo porque essa dita naturalidade em que eu acreditava era na verdade uma espécie de isolacionismo. Eu imaginava que fosse possível superar qualquer problema sozinho. Além disso. Percebo que eu tinha (e ainda tenho) medo daquilo que pudesse me expor, revelar minhas fraquezas.

Eu pensava que se eu adquirisse alguma enfermidade, alguma lesão, algum problema, eu deveria encontrar uma forma de solucioná-lo, digamos, autonomicamente, ou esperar para que o tempo o solucionasse. Acontece que o tempo não resolve todos os problemas, pois há aqueles para os quais não se pode permancer na passividade.

Outra questão é que eu não conseguia ver o fato de que eu necessariamente bebia da fonte das pessoas ao meu redor para superar uma determinada condição negativa.

O fato é, eu sentia como se a bainha esbarrando no chão, a dor, a insegurança, o medo e outras coisas eram minhas e somente minhas, e por isso eu era por elas responsável e mesmo deveria ter certa afinidade em tê-las, deveria rir delas, deveria portá-las e mostrá-las como um troféu de minhas grandes capacidades (não sei de quê).

Hoje percebo os meus equívocos. Não tenho necessidade de ter meu caminhar dificultado por causa das bainhas das minhas calças, não preciso amargar uma dor física se posso recorrer a algum remédio providencial e não preciso me deliciar sadicamente contra meu próprio ser, não preciso me punir por minhas desgraças para forçar o mundo a se mover em piedade por mim. Não. Posso retirar esses empecilhos, esses acessórios descartáveis, esses pesos extras.

Há ainda tanto a aprender. A realidade é assustadora. Mas ela só o é porque nos é desconhecida. Se não nos abrirmos ás possibilidades que vêm nos ajudar por medo das armadilhas, então não saíremos do lugar por um longo tempo e teremos perdido oportunidades que teriam nos levado de um ponto a outro bem rapidamente e sem grandes encargos.

Fechar-se em si também é assustador, pois não nos conhecemos a ponto de sabermos admitir quem realmente somos. Escondemo-nos sob nossas doenças, nossas mágoas, nossas bainhas arrastadas no chão.

Mas eis que novos passos devem ser dados. E sem nada para dificultá-los.

Hummmm...

Acho que é isso por enquanto.