segunda-feira, 13 de julho de 2009

O que há com as pessoas?

Em verdade, em verdade eu digo que ainda que tente fazer algo por quem quer que seja, meus esforços são insuficientes.

Falta-me iniciativa e instrução. Talvez não deva cobrar tanto de minha pessoa, mas não acho que minhas responsabilidades de momento são pequenas diante da potencialidade de minhas ações que poderia ser posta em desenvolvimento.

Eu gosto de andar, por isso vez ou outra eu volto andando para casa.

Hoje, fui interpelado por um senhor na rua. Ele estava precisando de ajuda e começou a contar o que lhe havia acontecido. Não consegui entender muita coisa, mas ao que parece ele estava com a consciência confusa, haviam o expulsado do hospital onde estava internado, ele não lembrava de possíveis contatos com familiares, nem endereços ou coisa parecida, além de que ele não é de Macapá. No seu relato havia também uma mescla de crenças religiosas e místicas. Eu perguntei se ele já havia se alimentado, pois eu iria me dispor a comprar algo para ele. Ele já havia comido algo antes, então eu resolvi acompanhá-lo até o hospital. Deixei-o lá, mas não falei com pessoa alguma para solicitar assistência, pois eu nem mesmo sabia quem poderia ajudar e nem tive coragem de perguntar.

Que droga de ajuda foi essa a minha? Sinceramente, eu não sabia exatamente o que eu poderia fazer. Pensei em ligar para algumas pessoas, mas eu realmente não sabia o que fazer. Avisei-o que precisava voltar para casa e fui embora.

No caminho de casa, vi um homem e uma mulher discutindo na saída de uma bar. Ele estava forçando-a a voltar à casa. Apesar de tentar manter um tom de voz baixo e parecer "amigável", ele a puxava e arrastava, enquanto ela ofegava dizendo e pedindo para que ela voltasse à casa de sua mãe. Parei por um momento e retirei o celular do bolso. Iria ligar para a polícia se a situação se agravasse. Fiquei por um momento lá vendo aquele desagradável puxa-empurra e fui-me embora.

Será que eu deveria ter ligado para a polícia? Não sei. Havia também algumas pessoas que pararam para observar aquela briga. Algumas mulheres gritavam contra o homem e depois foram embora. Certamente os transeuntes também estavam um tanto perplexos, sem saber como agir.

É uma característica de nós macapaenses essa acomodação que nos leva a dúvida sobre o que fazer diante de circunstâncias desagradáveis ou delicadas. Durante minha caminhada de volta para casa, comecei a pensar em como eu poderia auxiliar as pessoas se eu desenvolvesse algum projeto ou sei lá o que. Eu gostaria de poder ajudar as pessoas que sofrem. Eu sempre penso, de maneira até um pouco infantil, que ninguém deveria ser submetido a qualquer tipo de sofrimento motivado por outra pessoa.

As relações humanas são tão estranhas, cheias de viciações, baixas paixões, negligências e intolerâncias.

Sinto a necessidade de mudanças e de conscientização na sociedade, bem como do incentivo pelo esforço mútuo e recíproco das pessoas para consigo mesmas e para com o próximo. Ainda falta muito para a humanidade. Muitos ainda sofrem e sofrerão por conta da ignorância.

As coisas são tão estranhas...

Devo delinear os caminhos de minhas ações, despertar minha força e fazer algo mais do que eu já timidamente tento fazer.

Temos força, mas parece que gostamos de afetar nossa consciência de modo a abandonarmo-nos a nós mesmos. Precisamos nos encontrar a si mesmos e superar nossas condições.

Um comentário:

  1. cara, isso foi lindo *-*
    é exatamente assim que me sinto :)

    just the same!

    a gente poderia fazer algo juntos o/

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